Os aplicativos que oferecem serviços aos usuários, facilitando suas atividades cotidianas, como pedir uma comida por exemplo, já tomaram conta dos smartphones de modo geral. O iFood é um exemplo de startup dessa área. Fundada em 2011, inaugurou o mercado de entrega de comida on-line e vem crescendo de forma rápida. De acordo com o blog da “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”, seu valor de mercado já está na casa dos bilhões de dólares, porém, um questionamento que surge em torno desse empreendimento: por que essa plataforma gera tantos cupons de desconto para seus usuários? Essa pergunta é inquietante, e sua resposta vem a seguir.
O iFood trabalha com base na teoria das startups segundo a qual “o vencedor leva tudo”, e com isso aplica uma estratégia de marketing agressiva para conseguir um número expressivo de clientes e aumentar o market share. Uma tática de comunicação marcante dessa startup foi o uso do ator e comediante Fabio Porchat para protagonizar o comercial em que ele pedia uma pizza para a atendente de nome Judite. Na campanha em questão ele demora horas para ser atendido, de modo que alguém no comercial recomenda o uso do aplicativo para agilizar seu pedido. Dessa forma, o ar cômico da personagem Judite mostrou como é simples pedir comida por esse dispositivo.
A evolução da marca Ifood lhe proporcionou aportes milionários e assim subsidiou campanhas agressivas de marketing como, por exemplo, a entrega de cupons de desconto para seus usuários.
A startup realiza pesquisa constante de satisfação para monitorar a sua relação com o consumidor, denominada NPS (Net Promoter Score – Figura 1), criada por Fred Heichheld em 2003, que mensura a probabilidade dos usuários de um determinado serviço recomendá-lo a outras pessoas. Esse tipo de pesquisa conta com um questionário em que o cliente pode indicar, em uma escala de 1 a 10, qual a chance de indicar o iFood para um amigo. Dessa maneira, por meio da pesquisa com seus usuários, os gestores do aplicativo conseguem elencar quem são os promotores da marca que irão elogiá-la nas redes sociais e no seu círculo de amizades. Essas pessoas recebem cupons de desconto em troca da divulgação do aplicativo.
Assim, o iFood consegue utilizar sua estratégia de marketing direcionada àqueles que estão mais satisfeitos com o serviço e que se tornam defensores da marca, ou seja, irão auxiliá-la a conquistar novos clientes, fazendo com que haja otimização de recursos. De acordo com Luciana Nogueira (2016), a indicação de amigos exerce forte influência na decisão de consumo das pessoas.
Figura 1NPS do iFood. Fonte: aplicativo do iFood
O segundo ponto importante neste tema é a coleta de dados, cuja tecnologia utilizada é a do Big Data. “Big Data está focado principalmente em questões de volume de conjunto de dados extremamente grandes, gerados a partir de práticas tecnológicas, tais como mídia social, tecnologias operacionais, acessos à internet e fontes de informações distribuídas. Big Data é essencialmente uma prática que apresenta novas oportunidades de negócios” (Cezar Taurion, 2013).
Diante da citação acima, entende-se que, para conseguir mapear o comportamento dos seus clientes, o app iFood utiliza os dados das opções de escolha das pessoas, como por exemplo os locais em que pedem comida, e que tipo de comida. A lógica é a seguinte: quanto mais cupons o usuário tem para gastar mais competitivo o preço irá ficar. Assim, as opções aumentam e mais dados são coletados sobre o comportamento desses consumidores.
Com os dados obtidos, o iFood direciona pedidos e reduz custos operacionais. No entanto, a estratégia também tem seu ponto fraco: quando os clientes são contemplados, a quantidade de cupons diminui e as restrições de uso começam a aparecer.
Existem outras vertentes e mecanismos muito interessantes que o iFood utiliza para girar o seu negócio e fazer o direcionamento de pedidos e cupons. O que foi apresentado neste artigo é apenas um deles. Esse modelo de negócios é instigante e disruptivo.
Colaboração: Thifany Costa (aluna do curso de Administração da FTT)
Olá! Muito interessante seu artigo.
Você poderia compartilhar as fontes de sua pesquisa?
Gostaria de saber se a empresa compartilhou informações sobre quais são as bases da sua estratégia com os cupons.
Abraço!
Olá Maria, a base de pesquisa da Thifany foi o https://usemobile.com.br/ e alguns artigos do https://medium.com/.