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Centro Educacional da Fundação Salvador Arena

Técnicas de Redação – Parte XI – Os Sete Requisitos do Bom Texto (cont.)

Dando prosseguimento aos requisitos do bom texto, quatro dos quais já foram apresentados nas partes IX e X deste curso, vamos discorrer nesta página apenas sobre um deles, o quinto. Por destacar as qualidades e características essenciais da boa escrita, ele é um pouco mais longo que os demais, porém, tão importante quanto.

5º) “Tente respeitar ao máximo as qualidades essenciais de um bom texto técnico.”

                Se você estiver produzindo um texto técnico, verifique se ele está de acordo com as qualidades essenciais desse tipo de redação. É óbvio que elas se aplicam também ao texto literário, mas este pode até prescindir de algumas delas, por ser mais flexível e independente que o técnico. Em se tratando de texto técnico, porém, é preciso seguir a orientação sobre as qualidades essenciais. Lembre-se de que não basta termos uma boa ideia ou executarmos um bom trabalho. É preciso, também, que sejamos capazes de transmiti-la de modo que outras pessoas entendam o que está escrito, por que foi escrita e que resultados ou objetivos pretendemos alcançar. E este é um ponto extremamente difícil do ato de redigir.

Quando se escreve, é muito fácil fazer com que um assunto complicado pareça mais complicado ainda do que é; o difícil – e, sem dúvida, o mais importante – é torná-lo acessível ao entendimento das pessoas. É preciso, pois, expor ideias, normas ou informações da maneira mais clara, lógica e simples possível. Vejamos quais são as qualidades essenciais do texto técnico, muitas das quais já mencionamos ao longo deste projeto:

  • Clareza: quem deseja que seu relato escrito seja entendido por todos não pode deixar de observar esta qualidade. Orações longas, truncadas, em ordem indireta, com muitas informações secundárias, sempre correm o risco de causar confusão e ambiguidade ao leitor. O ideal é usar a ordem direta (sujeito > verbo > complemento), sem adjetivação, ou seja, uma redação clara, simples e direta, isenta de prolixidade ou de recursos estilísticos que só são válidos na literatura de ficção. Um texto claro é aquele que é compreensível numa primeira leitura.
  • Fluência: é a qualidade que permite a leitura ininterrupta do texto, sem prejuízo da compreensão e sem necessidade de releitura. O texto com fluência é o que apresenta uma sequência lógica de ideias, um encadeamento contínuo e uniforme dos parágrafos e frases, fazendo com que sua leitura seja rápida e simples, e sua compreensão, facilitada.
  • Objetividade: ir direto ao assunto, sem muito ou nenhum rodeio, é o melhor método para se fazer um texto objetivo. A redação técnica não admite desvios, excesso de detalhes desnecessários, nem subjetividade.
  • Concisão: é a capacidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras, ou seja, utilizar a palavra certa para expressar exatamente o que se quer dizer. Como já foi mencionado anteriormente, num texto técnico não se deve usar linguagem telegráfica, sem colorido e carente de informações, muito menos, linguagem romântica, longa e repetitiva. Portanto, a concisão é um requisito indispensável. Evite ao máximo o uso de adjetivos, voz passiva, linguagem figurada, alegorias e metáforas, repetições e detalhes desnecessários.
  • Precisão: outra qualidade essencial ao texto técnico. Significa que todos os dados e informações devem ser embasados em pesquisa, e todas as palavras devem traduzir exatamente as ideias do autor sem entrar em choque com os conceitos estabelecidos. Lembre-se: o antônimo da concisão é a prolixidade, e o da precisão, é a inexatidão, defeitos que comprometem seriamente o texto técnico.
  • Imparcialidade: nos textos técnicos, toda afirmação deve se basear em fatos, normas, leis, dados, provas ou evidências, e não em opiniões. Nada deverá ficar subentendido ou por conta da imaginação de quem lê o texto. Os romancistas, jornalistas e publicitários podem recorrer à repetição, ao exagero, à imaginação, às impressões pessoais etc. Nenhum desses procedimentos pode ser usado num texto técnico, que deve se apoiar em verdades claramente formuladas e em argumentações lógicas. A pessoa que o redige deve mostrar que conhece todas as facetas do assunto ou tema abordado e não se deixar influenciar por ideias preconcebidas.

Continuaremos tratando dos requisitos necessários ao bom texto técnico nas próximas matérias.

 

Colaboração: Sérgio Martins (ex-professor do CEFSA e atual colaborador do Setor de Comunicação nos serviços de revisão de textos)

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