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Centro Educacional da Fundação Salvador Arena

Técnicas de Redação – Parte VI – As Etapas do Ato de Redigir

Dando prosseguimento ao nosso estudo sobre as técnicas e estratégias para se redigir bem, entramos no capítulo que diz respeito aos passos a serem seguidos na execução de um texto, qualquer que seja seu tipo de composição ou seu objetivo.

Para facilitar a tarefa de escrever e sistematizá-la coerentemente, de modo que pudesse ser analisada e ensinada a outras pessoas, os especialistas dividiram o ato de escrever em quatro etapas: 1ª) Preparação; 2ª) Planejamento; 3ª) Execução; 4ª) Finalização e Revisão.

 

Primeira Etapa: Preparação

Em geral, o momento em que as pessoas sentem maior dificuldade ao redigir é o início. Muitas propõem-se a escrever com a máxima determinação, mas tão logo começam o trabalho, sentem-se  incapazes de  rascunhar mais do que algumas palavras ou frases.

É muito comum ouvirmos lamentações como esta: “Tenho tanta dificuldade em escrever que nem consigo começar…” Isso porque foi criada a falsa ilusão de que escrever seja algo automático, imediato, e que o texto deva ficar pronto logo na primeira vez, assim que a caneta começa a deslizar sobre o papel ou os dedos passam a digitar um teclado.

Não é bem assim! Nem mesmo os grandes escritores ou os melhores redatores de jornais, revistas e blogs conseguem essa proeza. Todos esses profissionais das letras são obrigados a escrever e reescrever seus trabalhos diversas vezes, cortar ou acrescentar palavras ou frases – às vezes, parágrafos inteiros -, refazer parágrafos ou páginas completas, mudar a localização de palavras e sentenças, enfim, remodelar o texto até atingir a forma ideal. Portanto, não seja tão perfeccionista a ponto de querer que sua redação fique pronta e perfeita assim que você começa a escrever.

Aliás, um bom meio de se iniciar a tarefa é fazer exatamente o oposto: pôr em prática o desbloqueio. E o que seria isso? Muito simples: sabemos que as pessoas, naturalmente, gostam de escrever. A maior prova disso é o verdadeiro fascínio que as crianças sentem por caneta, lápis, papel ou pela simples digitação de palavras no computador. Ocorre que, durante a infância e a adolescência, principalmente na escola, somos “censurados” pelos nossos pais, professores, irmãos e colegas, o que gera um bloqueio em nossa mente. Passamos, então, a ter medo – muitas vezes, repulsa! – do ato de escrever.

Pois bem, o desbloqueio consiste em colocarmos no papel as primeiras palavras e frases que surgirem em nossa mente, sem nenhum medo de sermos vistos ou “punidos” com zombaria ou sarcasmo. Não tenha medo de grafar palavras erradas, frases sem sentido, esquisitas ou simples demais. Esta é a fase da descontração e por isso você tem liberdade de escrever tudo o que vier à sua mente.

Também não se importe se as frases estão deslocadas e se o esboço está confuso. Não se esqueça de que você ainda está preparando o texto e, portanto, tem a liberdade de escrever o que bem entender, certo ou errado, bonito ou feio. Uma providência, contudo, torna-se necessária desde já: a pesquisa e a coleta de dados. Como já foi dito anteriormente, você não conseguirá escrever sobre algo que desconhece ou tem pouco conhecimento. Por isso, faça as pesquisas e consultas necessárias, leia o que for preciso, consulte pessoas que dominam o assunto e tenha à mão todas as informações sobre o que pretende escrever. Se deixar para incluir novos dados ou informações durante ou no final da redação, você poderá comprometer a qualidade do seu trabalho.

Na próxima matéria, daremos destaque às etapas seguintes, as quais vão exigindo maior grau de atenção e cuidado na sua execução.

 

Colaboração: Sérgio Martins (ex-professor do CEFSA e atual colaborador do Setor de Comunicação nos serviços de revisão de textos)

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