Crescendo Juntos

Centro Educacional da Fundação Salvador Arena

Técnicas de Redação – Parte II: Os Tipos de Composição

Dando continuidade às matérias sobre técnicas e estratégias para o bom desenvolvimento do ato de redigir, vamos apresentar alguns conceitos básicos, sem os quais torna-se muito difícil, se não, impossível adquirir o domínio dessa tão importante habilidade. Neste artigo, iremos tratar de uma das primeiras noções a ser conquistada por quem deseja escrever bem, com clareza e fluência, ou seja, a que diz respeito aos tipos de composição.

Embora muitos livros e cursos apresentem uma grande quantidade de tipos de textos, na verdade, eles podem ser resumidos basicamente em três modalidades: a descrição, a narração e a dissertação. A descrição é uma enunciação das características de um ser, objeto, ambiente etc., compondo uma espécie de retrato por meio de palavras.

O objetivo principal da descrição é fazer com que o leitor “veja”, através das palavras, o objeto descrito, particularizando-o. Por isso, ela é uma sequência de aspectos sensoriais (visuais, auditivos, olfativos, táteis, gustativos) e de impressões psicológicas. O ponto de vista é o ângulo de observador.

A descrição pode ser literária ou científica. A literária é usada pelos poetas, romancistas, publicitários etc., e baseia-se na visão pessoal do escritor. É, portanto, subjetiva. Já a descrição científica (técnica ou informativa) é a que indica as características principais de certos objetos como peças, máquinas, instrumentos, veículos, ambientes etc. É totalmente impessoal e objetiva. Temos de destacar não só os elementos essenciais do objeto (de modo a não confundi-lo com nenhum outro), como também suas funções mais importantes.

Ao contrário da descrição, a narração é dinâmica. Ela apresenta uma sequência de fatos, ações etc., que se sucedem ao longo de um determinado período de tempo. Numa narração, há sempre seres agindo (personagens ou pessoas) e alguém que narra o que está acontecendo (narrador). Assim, os elementos básicos da narração podem ser estabelecidos pelas seguintes perguntas: Quem conta? – O narrador; O que conta? – O fato, a ação; Quem participa? – Os personagens; Onde se passa? – O local, o espaço; Quando se passa? – O tempo. A apresentação dos fatos é feita na ordem temporal.

Assim como a descrição, a narração também pode ser literária ou científica. Exemplos de narração literária: os romances, novelas, contos etc. Exemplos de narração científica: relatos de experiências, reportagens policiais, biografias, livros de História etc.

Na dissertação, em vez de enumerar as características ou apresentar uma sucessão de ações, o autor expõe suas ideias a respeito de determinado assunto. É, portanto, uma enunciação de opiniões, de conceitos. Ao lermos uma dissertação, acompanhamos o desenvolvimento do raciocínio de uma pessoa, que vai encadeando as ideias até chegar a uma conclusão.

A dissertação tem necessariamente de se basear nas três partes fundamentais do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão), enquanto a descrição e a narração já não precisam se prender tanto a esses itens.

Cumpre esclarecer, entretanto, que essa estrutura não é fixa. Não existe apenas um modo de organizar as ideias numa dissertação. A forma é livre, dependendo dos objetivos de quem escreve. Porém, a sequência lógica dos fatos ou conceitos deve ser mantida. O que importa é que as ideias sejam expressas de forma coerente, resultando num texto compreensível para o leitor.

O tipo de dissertação mais solicitado nos exames vestibulares e no ENEM, muito comum nos textos de opinião (artigos, ensaios, editoriais), é conhecido como argumentativo (texto dissertativo-argumentativo), no qual o autor defende seus pontos de vista usando argumentos, de forma lógica, coerente e bem desenvolvida. Como se trata de um tipo de texto mais complexo e muito conceituado, voltaremos a focalizá-lo em próximas matérias.

 

Caso você tenha alguma dúvida gramatical ou referente à redação de algum texto, envie-a para o e-mail crescendojuntos@cefsa.edu.br . Ela será esclarecida nesta seção do nosso blog.

Colaboração: Sérgio Martins (ex-professor do CEFSA e atual colaborador do Setor de Comunicação nos serviços de revisão de textos)

 

 

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