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Centro Educacional da Fundação Salvador Arena

Técnicas de Redação – Parte IV: Linguagem e Metodologia

Já vimos, nos textos anteriores de nosso blog, noções básicas e indispensáveis a todos que desejam desenvolver a capacidade de escrever bem. Neste artigo, destacaremos os aspectos essenciais referentes à linguagem e à metodologia a serem aplicados à nossa prática de escrita. Esses dois conceitos são de especial relevância para quem deseja dominar as técnicas de redação. Vale a pena, portanto, nos determos na sua compreensão. Iniciemos pelo termo linguagem.

São inúmeras as definições desse importante conceito, elaboradas por gramáticos, linguistas, filólogos e estudiosos dos processos de comunicação, com maior ou menor grau de complexidade. No entanto, neste nosso projeto, que tem por objetivo simplificar ao máximo as ideias para facilitar o ato de escrever, basta-nos uma explicação simples e básica: linguagem é a utilização sistemática de signos – sonoros, gráficos, gestuais, elétricos, luminosos etc., com o objetivo de transmitir e expressar mensagens, comandos, informações, ideias, fatos, sentimentos, dados, ou qualquer outro tipo de comunicação. Assim, podemos falar em linguagem humana, linguagem dos surdos-mudos, linguagem de programação, linguagem matemática, linguagem musical etc.

Para o nosso estudo, utilizaremos o termo na sua acepção mais genérica, importando-nos particularmente a distinção entre linguagem falada e linguagem escrita, sobre a qual trataremos logo a seguir. Outro conceito, bem próximo ao anterior, que precisamos conhecer com clareza é o que se refere à terminologia. Podemos definir terminologia como o conjunto dos termos próprios, que transmitem ideias precisas, relativas ao conteúdo da ciência, da arte, de uma área de conhecimento ou atividade humana.

A terminologia pode ser de dois tipos: 1) específica, representada por termos exclusivos de uma área de conhecimento. Exemplos: bissetriz, hemoglobina, mais-valia, ventos alísios, bite, pênalti, superego, bemol, sujeito indeterminado etc.; 2) geral, que abrange termos do vocabulário comum que cumprem, em determinada situação, uma função terminológica específica. Exemplos: base (Eletrônica, Geometria, Economia, Química, música, topografia etc.); campo (Geografia, Física, Arquitetura, esportes, pintura); linha (Geometria, desenho, Pedagogia); ponto (Matemática, Gramática, Geometria, Física, Química) etc.

Uma vez definidos esses dois termos, podemos passar para a diferenciação entre linguagem falada e linguagem escrita, de suma importância para nosso estudo. Um fato dos mais relevantes que devemos ter em mente antes de redigir qualquer texto é que a escrita só surgiu muito tempo depois da fala e constitui uma tentativa de reproduzi-la. Por mais fiel que seja e por mais que tente reproduzir a conversação viva, o texto escrito jamais será capaz de representar a infinidade de nuanças de sentido, nem as informações suplementares dos gestos e expressões que tanto enriquecem a linguagem falada.

Em vista disso, não devemos pensar em escrever do mesmo modo que falamos. Uma coisa é conversar com uma pessoa que está à nossa frente e que, com um simples movimento dos olhos ou do corpo, mantém o diálogo e lhe dá continuidade; outra, bem diferente, é tentar gravar no papel as ideias e sentimentos que desejamos transmitir. A grande vantagem do texto escrito em relação à linguagem falada é a sua perenidade, ou seja, tudo aquilo que escrevemos fica documentado, registrado permanentemente, ao passo que aquilo que dizemos fica registrado apenas na memória dos ouvintes.

No próximo capítulo, daremos continuidade a essa importante diferenciação.

 

Colaboração: Sérgio Martins (ex-professor do CEFSA e atual colaborador do Setor de Comunicação nos serviços de revisão de textos)

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