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A Economia Brasileira no Divã

O economista Paul Samuelson, vencedor de um prêmio Nobel, consagrou-se com a seguinte frase: “A economia só resolve um problema antigo criando dois novos”. E é exatamente isso que estamos constatando neste momento no Brasil.

No passado não muito distante tínhamos problemas com inflação e éramos conhecidos como a “Terra dos Rentistas”, porém tudo isso já vinha mudando com as ações da equipe do Ministério da Economia, como redução da taxa básica de juros para incentivar o “rentista” a investir na economia real.

Com o advento do coronavírus, o investidor se viu acuado e colocou os recursos em dólar e em ouro, os dois ativos preferidos para quem quer proteger o patrimônio. Todavia, no atual cenário, passados dois meses desde o início do confinamento e com os números de infectados e óbitos causados pela doença, a preocupação com a saúde e a economia aumenta cada vez mais.

Pelo lado otimista que cada brasileiro carrega, talvez os investidores possam ver uma boa oportunidade de iniciar novos empreendimentos mesmo que o momento seja caótico. É possível acreditar que nos próximos meses surjam novos modelos de negócios inovadores, principalmente aqueles que poderão contribuir com a economia por meio de serviços prestados à distância ou até mesmo on-line.

O que causa preocupação, por outro lado, são os serviços básicos dos quais muitos brasileiros ainda dependem. Apesar de o governo ter anunciado diversas linhas de empréstimos para o microempresário, agora, como diria aquele apresentador famoso, “mais do que nunca é a hora do investimento privado”.

Hoje vejo que os efeitos das políticas de proteção aos trabalhadores trouxeram benefícios aos brasileiros. Nos EUA, a taxa de desemprego chegou aos 14,7%, o mais alto nível em 70 anos, isso porque lá não existem as mesmas políticas que temos aqui, graças às quais nosso índice de desemprego não foi ainda maior, além de outras medidas do governo como o Programa de Antidesemprego.

Mas essas políticas por si só não são suficientes; as empresas precisam continuar existindo, e para isso é necessário que elas possuam caixa. O caixa é rei. Empresas que não fizeram a lição de casa e não acumularam reservas de lucros ou distribuíram os lucros através de dividendos tendem a não sobreviver a longo prazo, a não ser aquelas que tenham ajuda do governo. A questão é: o governo vai conseguir ajudar todas as empresas em situação financeira delicada?

Então temos uma equação com muitas variáveis para controlar, como se o governo estivesse girando diversos pratos e a meta é não deixar nenhum deles cair. E a única coisa que passa pela cabeça de todos nós neste momento é imaginar nossa economia deitada num divã falando de todos os problemas que está vivenciando, sabendo que as respostas só o tempo irá nos dar.

Enquanto isso, vamos fazendo aquilo que todo brasileiro já faz: resistir e ter esperança de dias melhores porque, como foi mostrado no filme O Corvo: “Não pode chover o tempo todo”!

Fiquem em casa e cuidem-se!

Colaboração: Eduardo Cezar de Oliveira (Professor da FTT)
Graduado em Administração

Mestre em Contabilidade
Doutorando em Finanças

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